Todos os dias como era de costume, Inimá saía para caçar e para tirar imbira com que fazia rede, e corda. Estava distraído quando apareceu um grupo de onças que cercaram Inimá. Ele com muito medo propôs um trato com a onça.
“Onça, não me pegue, eu lhe dou minhas duas filhas, que são novas e bonitas. Em troca você me deixa ir embora”.
A onça disse: “está certo, vá buscar as suas filhas”.
Inimá não tinha filha alguma, foi correndo para casa, passou a noite pensando o que fazer para cumprir o trato com a onça.
De manhã teve uma idéia, foi até a mata e pediu a Uégovi, o chefe dos paus, que lhe desse duas madeiras diferentes.
Uégovi deu uma de pau amarelo, e outra de pau branco. Inimá levou os paus para casa e esculpiu duas moças lindas, depois cansado, foi dormir. No dia seguinte cumpriria seu trato com a onça. No meio da noite as duas esculturas viraram gente por encanto. De manhã quando Inimá acordou, imagina que surpresa, ao ver que suas esculturas tinham-se transformado em duas moças lindas.
“Como vão minhas filhas, sou seu pai, fui eu que fiz vocês”. O Índio passou o dia todo com as moças, à noite ele resolveu contar para elas o trato que tinha feito com a Onça.
As moças ficaram tristes, choraram muito, mas aceitaram a sua sina.
Inimá levou até a floresta as duas moças, mas as moças com medo correram e se dividiram. Uma foi para o norte e foi pega por um lobo, a outra Inimá conseguiu entregar à onça. A onça prometeu a Inimá que salvaria do lobo uma das moças e cumpriu a promessa levando as irmãs para morar na floresta.
As moças tiveram filhos. Uma teve Rit que era o sol, a outra teve Une a lua.
Quando Rit e Une cresceram, dividiram o tempo em dia e a noite. Rit brilharia de dia e Une de noite. Deles nasceram muitos povos que até hoje habitam o Xingu. E viveram felizes para sempre no Morená (universo / lugar da criação do mundo).
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